SEJAM TODOS MUITO BEM VINDOS!

O blog contém um pouco do muito em mim,ou seria melhor muito do pouco em mim?não sei bem ao certo,como acho que não sei bem ao certo de muita coisa que penso saber até hoje.enfim o blog foi feito com muito carinho e atenção a cada mínimo detalhe e é o resultado de anos escrevendo,desde textos da minha infância,adolescência e ate hoje.espero que gostem,sintam-se à vontade para me seguir e comentar.

Quem sou eu

Minha foto
Recife, PE, Brazil
"sou apenas um simples resumo complexo de todas as pessoas que já passaram por minha vida"

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O dia seguinte


Minha consciência é o maior peso que eu carrego
Pois só ela me julga de uma nova forma diferente
Todas as vezes que eu cruzo uma linha quase que mortífera.
O dia seguinte é o mais duro fardo que eu suporto.
Quando se perde o controle e se ultrapassa um patamar
Ainda desconhecido o amanha não deveria existir.
Meus arrependimentos são o meu maior consolo
Pois levam de mim o poder de voltar atrás
E a vontade de continuar seguindo
Nessa guerra que jamais chegará ao fim.
Minhas lembranças, a falta delas
E tudo que eu queria esquecer
São meus maiores inimigos e me ferem
Sempre por um novo ponto fraco em mim.
As marcas que deixo, as que ainda permanecem em mim,
As coisas que não me orgulho de ter feito,
Os erros irreversíveis, os limites impossíveis
Despertam em mim o maior vilão
Com quem tenho de duelar:
Eu mesmo.
 

Das piores coisas



Das piores coisas que já me aconteceram
Eu pude tirar algo de bom e aprendi a ser melhor.
Das maiores barreiras que já tive de passar
pude encontrar a minha maior capacidade de superação.
Dos maiores abismos que já se atreveram surgir em minha frente
Pude aprender a voar sem tirar os pés do chão.
Dos maiores e melhores inimigos com que já tive a honra de guerrear
Pude despertar em mim forças adormecidas e até então desconhecidas.
Dos dias sombrios que tive de passar pude buscar em mim e além de mim
Uma luz no fim do túnel e dei mais valor aos dias de sol.
Das noites de solidão que me rasgaram a pele
Aprendi a me entender melhor,
A conviver melhor comigo mesmo e a ceder sempre que preciso
Mas jamais desistir e nem desacreditar de mim.

Atirando contra o espelho

Estou atirando contra o espelho,
Sorrindo contra minhas lágrimas,
Estou subindo contra as paredes,
Dançando contra a chuva.
Estou lutando contra minha sombra,
Mentindo contra minhas verdades.
Estou seguindo meus rastros,
Estou devorando os meus restos,
Estou revivendo os meus fantasmas
E riscando minha mente.
Estou apertando as correntes
E construindo paredes ao meu redor.
Estou refazendo perguntas,
Estou recavando abismos,
Estou reciclando os entulhos em mim,
Estou desfazendo laços,
Estou colando os pedaços,
Estou recortando fotos,
Estou fugindo de fatos,
Estou revendo espetáculos,
Estou apanhando os restos que me faltam,
Estou rasgando as folhas da minha vida,
Estou apagando as palavras não escritas,
Estou repetindo as frases não ditas,
Estou relendo cartas esquecidas,
Estou rabiscando no meu destino
Estou pintando a minha história,
Estou perdendo os meus sentidos,
Estou me distanciando de meus reflexos,
Estou a favor de meus vícios e
Satisfazendo meus pecados.
Estou perdendo meu espaço
E estou me perdendo nele,
Estou perdendo os passos
Que andavam sob mim
Sob meu caminho agora perdido.

Um ombro de apoio

Tudo é mais fácil quando não se pensa,
Quando não se quer demais.
Tudo é mais fácil quando se pode chorar
Quando lhe dão as costas.
Tudo é mais fácil quando se espera pouco
Quando não se olha para traz.
Tudo é mais fácil quando não se vê dificuldades
Quando se olha apenas a diante.
Tudo é mais fácil quando se entende o passado.
Tudo é mais fácil quando não faz efeito
Quando se perde o sentido.
Tudo é mais fácil quando se entrega sem lutar
Quando a porta abre sem bater.
Tudo é mais fácil quando se quer aprender
Quando não se pode entender.
Tudo é mais fácil quando apenas se vê
Quando não há o que fazer.
Tudo é mais fácil quando se acredita na mentira
Quando não há verdade.
Tudo é mais fácil quando se pode fugir
Quando se deixa de lado.
Tudo é mais fácil quando se tem alguém ao lado
Quando se tem um ombro de apoio.
Tudo é mais fácil quando se tem um ponto de partida
Quando a partida é perdida.
Tudo é mais fácil quando não existe erros
Quando os problemas não te incomodam.
Tudo é mais fácil quando a vida não te surpreende
E quando viver não é um problema,
Nem um peso, mas apenas uma coisa
Que vale realmente apena.

É mais fácil

É mais fácil bater do que educar.
É mais fácil roubar do que possuir.
É mais fácil receber do que dar.
É mais fácil perguntar do que responder.
É mais fácil complicar do que esclarecer.
É mais fácil remediar do que prevenir.
É mais fácil destruir do que construir.
É mais fácil chorar do que sorrir.
É mais fácil falar do que ouvir.
É mais fácil retroceder do que prosseguir.
É mais fácil entender do que ser entendido.
É mais fácil perder do que vencer.
É mais fácil existir do que crescer.
É mais fácil morrer do que viver.
É mais fácil demolir do que fazer.
É mais fácil mandar do que obedecer.
É mais fácil colher do que plantar.
É mais fácil apagar do que desenhar.
É mais fácil ferir do que cicatrizar.
É mais fácil comer do que alimentar.
É mais fácil matar do que gerar.
É mais fácil cair do que levantar.
É mais fácil fugir do que enfrentar.
É mais fácil desistir do que tentar.
É mais fácil pecar do que rezar.
É mais fácil amputar do que implantar.
É mais fácil condenar do que perdoar.
É mais fácil expressar do que conter.
É mais fácil rabiscar do que escrever.

Eu e o caos

Virá a cede e o estrondo das águas,
Virá a fome e as terras distorcidas.
Coisas inexplicáveis, corpos exumados
Celebrando algo que está por vir.
Do dia virá a escuridão e as trevas
Que irão reinar durante sete coroas.
Eu e a luz, eu e a devassidão.
Quando tudo for desfeito
Não haverá mais nada a se fazer.
A morte virá em formas de lâminas
Retalhando a pele dos pecadores
E em forma de navalhas a decepar
Os inocentes arrancando suas vísceras.
Mesmos povos guerreando entre si
Quando o único inimigo está livre.
Os vivos irão temer ao testemunho
Dos mortos.
Desde o início o mal esteve presente
Mas com o fim ele se relará
Trazendo sinais de que o tempo é chegado.
O mal entrou no mundo por meio
De um único ser.
Eu e o caos, eu e o que resta.

A essência da textura em movimento

Das imagens me fogem cores,
Meus olhos nas sombras.
Aonde estão as vozes para me dizer
O que devo fazer agora, nesse momento
De tormento e angústia?
Só tenho o ceder do chão em meus pés,
O erguer de minha cabeça para a escuridão.
Nada mais é eterno
Acho que estou perdendo o tempo
Que me foi dado e que ainda me resta.
O que devo fazer agora com o tempo
Que não aproveitei por esquecer?
O que se foi ainda está aqui e me resta apenas
O medo de voltar atrás e falar o que nunca falei.
Só tenho a expressão da superfície áspera.
É assim que vejo o dia,
A essência da textura em movimento.

O dissecar dos tons

Fecho os olhos mas não posso fugir
A realidade é devastadora a corroer meus passos,
Não era para ser assim, eu o medo de mim,
Eu e o medo do que vejo.
Um arco-íris em chamas, o sol mais negro
Do que nunca e o céu na sangrar.
Por fim eu e a noite, eu e a escuridão
 As sombras de um juízo final
Que estou a presenciar.
A celebração de corpos, muitas aves sob eles.
Eu e a devassidão dos tempos,
Eu e a miséria da grandeza.
Demônios renascendo no ar,
Anjos desfazendo o juramento.
Eu e o dissecar dos tons,
Eu e o desespero dos santos.

Absinto

Nada faz sentido, minha vida é quase nada
Pouco menos que isso.
As coisas são estranhas, meus medos
Se misturam com a ânsia de um ser
Que tende a caminhar por lugares absurdos,
Por precipícios estreitos e quase sem fim.
Me defino apenas como um ser qualquer
Que se confunde de vários modos diferentes
por todos os meios possíveis, absinto,
repleto de ilusões que a própria razão
de existir se revela uma criatura só e submissa
aos erros do passado.
Uma criatura sob o domínio evolutivo
De sua tamanha e incontrolável
Dificuldade humana e inconstante
Ao tentar encontrar respostas para as
Perguntas que lhe faltam, lhe perseguem
E que poderão lhe revelar o que é,
O que somos, o que fazemos aqui,
Para onde vamos e porque nunca nos
Encontramos ao certo.

Meus e seus

Nossas fraquezas, meus deslizes
Minhas perdas.
Nossos danos, tantos planos
Que deixamos esquecidos.
Os enganos que lembramos
E levamos nos destroem.
Meus pedaços, não há chão
Em suas mãos sem traços.
Nossos laços distraídos
Entre imagens e opacos.
Minhas palavras reprimidas
Em linhas tortas.
Minhas frases malditas
Por bocas estranhas.
Minas mentiras, com verdades
Em retalhos destruídos.
Meus passos sem motivos
Por momentos deprimidos.
Nossos medos tantas fraqueza
Não contidas.
Tantos erros muitos repetidos
E ao te achar me perdi.
Não há mais o que sentir
Nem ao menos a dizer.

Tantos caminhos

Tantas pessoas, tantos caminhos,
Coisas imundas a nossa espera.
Além da linha existem outros
Pequenos mundos não reais.
Nada está ao meu redor e tudo
Não acontecer realmente.
Quantas vezes corri por um jardim
Que não existia.
Quantas vezes vaguei de um lugar
Para o outro em busca de respostas.
Quantas vezes minhas perguntas
Foram seguidas de silêncio.
Quantos desses lugares foram criados
Por mim e nunca estiveram em minha frente.
Até mesmo os passos que pensei ter dado
Nunca deixaram marcas, nem rastros
Ou sinais que me fizessem lembrar
O que fui ou se já fui algo algum dia.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Perfumes

Nenhum começo é mais duro do que o início da partida.
A dor de deixar tudo para trás só não é maior
Do que a força de seguir por caminhos desconhecidos ,
Lugares estranhos jamais percorridos,
Campos sem nenhum passo dado,
Flores jamais cheiradas, posso até sentir os
Perfumes em mim, no meu instinto de fugir
E seguir para o nada para o vazio que possa me guardar
 E me revelar por um novo mundo que sinto
Ainda estar a minha espera.
Eu tendo a partir para o mundo que cresce
E que está cada vez maior em mim.

Depois


Meu caminho é errado
E sei que estou perdido nele
Caminhando na escuridão
Sem rumo nem direção.
Não vivo em meu modo
E tudo se torna passado,
Mesmo eu estando errado
Não encontro uma resposta.
As perguntas que surgem
Não resistem ao vento
Embora tanto tempo se passou
Depois que tudo se foi,
Depois que toda a razão me deixou,
Depois que todo o sentido me abandonou.
Não é difícil me dominar
E ninguém imagina o quanto é fácil
Manipular a minha insignificância.

Tinhamos todo o tempo

Tínhamos a verdade, tínhamos tudo que queríamos,
Mas fugimos da verdade em nossa frente
E nossa mentira se fez justa novamente.
Tínhamos o que todos tentavam fugir
E mesmo assim o pecado nos levou a morte.
Tínhamos o medo de nos consumir.
Tínhamos o sangue em nossas mãos
E a prova de que estávamos errados.
Tínhamos a culpa, o acerto e o errado,
Para escolher nos mostrar ou nos esconder.
Tínhamos um lugar um abrigo
E uma força a quem recorrer.
Tínhamos um caminho para segui
E o bem nos acompanhava.
Tínhamos vidas em nossas mãos
E éramos inocentes.
Até que o mal que estava aprisionado
Dentro de nós se libertou.
E nós mostrou o caminho que jamais
Deveríamos seguir, mas seguimos.
Tínhamos uma vida, hoje nada temos
Tudo tememos menos nós mesmos.
Tínhamos tudo que podíamos viver
Fazíamos tudo que podíamos
E não podíamos fazer.
Tínhamos tudo que precisávamos,
E nem tudo que queríamos.
Tínhamos todo o tempo
Para mudar tudo
A verdade estava do nosso lado
Mas o tempo e todos contra nosso favor.

A única

Quando eu não poder mais enxergar
Você será a luz a me guiar.
Quando eu não querer mais me erguer
Sua será a mão a me tocar.
Quando eu pensar em desistir
Sua será a coragem em mim.
Quando eu não poder viver sem um
Único olhar seu, serão seus os meus olhos.
Quando eu não puder tocar além de sua alma
E sentir além do seu corpo,
Será sua a minha razão única.
Quando eu não puder mais chorar
Ou sorrir, será você meu ultimo motivo.
Quando eu não puder mais beijar-te
Serão tuas as ultimas palavras minhas.
Quando minhas mãos não puderem
Mais escrever uma só palavra
Será você o meu ponto final.
Pois você é a única que me enxerga por dentro.
A única por qual eu quero viver,
A única por qual eu desistiria de tudo,
A única por qual eu daria minha vida
A única por qual a minha morte valeria apena.
A única que não me traz dor,
A única que me adormece dos pés a cabeça.
Pois você é tudo que eu sou,
Pois você é tudo que eu tenho,
Pois você é tudo que eu sinto,
Pois você é tudo que não me faz chorar
É tudo que me faz ser o que sou
E me faz estar aonde estou.

A máquina do tempo

Hoje em dia as pessoas falam muito de futuro
E passado, falam de uma tecnologia capaz
De unir os dois em um só.
Mas se isso for realmente possível em um futuro
Não muito distante, significa que nós nos
Afastaremos cada vez mais do nosso presente.
O mundo está de cabeça pra baixo,
A realidade parece se tornar uma mentira
E as pessoas estão cada vez mais imprevisíveis.
Fala-se muito em uma máquina do tempo
Onde se é possível voltar e reparar os erros cometidos,
As decisões mal tomadas, as mentiras ditas,
Os amores perdidos, as feridas na pele, as dores sentidas.
 Mas afinal o que é a vida sem o sofrimento?
O que são dos momentos doces sem os amargos
Para torna-los mais doces ainda?
Eu ouço falar de tanta coisa, tantas teorias,
Tantos conceitos, tantos princípios.

Na teia da aranha

Estou vivendo no limite no fio da agulha,
Na ponta da espada, na teia da aranha,
me superando cada vez mais a cada dia.
Tudo está me consumindo cada vez mais rápido
Gota a gota.
A luz está ficando cada vez mais distante
A cada feixe.
Meu ponto de vista fica cada vez mais distorcido,
Minha vida tenta escapar de minhas mãos,
Meus passos tentam fugir do meu caminho,
Meu caminho tenta fugir do meu destino
E meu destino já ultrapassou as barreiras
Do imprevisível.
Estou entregue a mentiras que a verdade abandonou.
Sinto que o frio já não é tão frio,
Que o fogo já não me queima como antes,
E algumas situações já não são as mesmas.
Minha vida vai embora a cada curva,
A cada ironia do destino e hoje a coisa
Mais imprevisível é simplesmente viver.

Como?

Para onde vou se todos os lugares me levam aonde estou?
Se em minhas perguntas não cabem mais as palavras?
Se minhas respostas não preenchem o vazio que reside em mim?
Como calar ao silêncio falante, ao pensar flutuante,
Ao toque de dedos inexistentes?
Como aceitar o subentendido? como entender o inaceitável,
O irrelevante, o constantemente mórbido viver?
Como fugir do não pensar? Do estar em si?
Como voltar? como trocar o fim pelo início?
Como no meio parar? Como descansar?
 Como não caminhar e para traz passos deixar?
Como cicatrizes tirar? Como sorrir sem chorar?
Como sangue derramar e não sentir?
Quando as costas me der e tudo me trair,
Como perdoar e prosseguir?
Como escrever o sentir? Como o amor definir?
Como da morte fugir quando a vida me persegue?
Como conter o sonhar? Como os olhos fechar
E se imaginar a voar?
Como a terra esquecer e o céu tocar?
Como pra sempre permanecer?
Como o infinito encontrar?
Como o amanha enxergar?
Como o hoje par traz não deixar?
Como a verdade falar sem mentir?
Como levantar após cair?
Como não levar o peso do ferir?
Como olhar e partir? Como não voltar ao sair?
Como seguir pelo penar?
Como das lembranças lembrar?
Como ver? Como pensar e fazer?
Como não enlouquecer?
Como estar? Como ser? Como existir?
Minhas verdades agora não passam de mentiras.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Angústia

 Quanta angústia! E esse dia que não chega.
Aonde está a luz? Pois não me fui com ela.
Estou perdido aqui com meus sorrisos e lágrimas,
Com meus momentos repentinos de emoções derradeiras.
Quanto tempo ainda me resta?
Quanta tristeza em um só ser!
Será que tudo se reprimiu em mim?
Será que nunca fui eu mesmo realmente?
E até quando? Por quanto tempo ainda restarei?
Porque não vens morte, e sugas minha respiração?
Leva para fora de meu corpo a minha alma,
Leva para fora todo o doer que ainda me resta.
Quanto doer! Quanta clausura!
Tão insensível estou que não posso sentir
Nem mesmo a minha própria morte?
Ainda respiro, não é chegado ao fim o meu penar,
Não sessou o bater no meu peito,
Não se foram as minhas palavras.
Esqueci de tanta coisa em mim e nada voltou,
Nada ficou, apenas eu, só, aqui, em mim.
Até quando terei lágrimas a derramar?
Quanto tormento! Quanta inquietação!
Porque o meu vazio queima, meu coração crepita?
É como se minha pele se rasgasse.
É triste meu seguir e inútil o meu buscar,
Até tudo se ir estarei a esperar.
Antes que tudo se vá não terei nada a fazer
Não serei nem eu nem você.
Antes que o mundo se acabe,
Antes que as palavras murchem,.
Antes que as rosas sequem,
Antes que tudo se confunda,
Antes que tudo se queime,
Antes que tudo se transborde.
Mesmo que nada permaneça,
Mesmo que dias não ajam
E a luz se vá por completo.
Mesmo que tudo fique pra traz
E coisas novas forem feitas,
Mesmo que o tempo se perca
E o passado não mais exista
Mesmo que o céu desabe e se uma a terra,
Mesmo que o mundo adormeça,
Eu ainda estarei aqui.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Apenas mais um


As vezes é difícil fugir do que me afronta todos os dias.
Eu folgo o cinto,desabotou a camisa,
Tiro os sapatos e coloco os meus pés na areia,
E mesmo assim não sinto o que deveria sentir.
A mesma dormência sem sentido de todos os meus sentidos.
No fim tudo é apenas uma nota diferente na mesma música de sempre.
Eu acordo todos os dias na mesma cama
Com pessoas diferentes em mim,
Eu tenho os mesmos sonhos com mundos desconhecidos
Que me levam sempre as mesmas ruas sem fim.
O trânsito é sempre o mesmo, o caminho percorrido ainda é o mesmo
E eu ainda sempre o mesmo e com o mesmo cansaço de sempre.
As vezes tudo muda de repente, o tempo passa velozmente,
A pele envelhece lentamente, os sentimentos se repetem,
Os momentos se esquecem e os pensamentos se perdem.
Ainda é o mesmo espaço e a falta dele.
É sempre a mesma lua de uma forma diferente.
São sempre os mesmos passos gastos,
Os mesmos rastros seguidos,
Os mesmos traços perdidos,
Os velhos laços rompidos,
Apenas o silencio é diferente do que já foi contido um dia.
É sempre a mesma falta de alegria diferente,
A escuridão incandescente que assusta,
O vento que tudo muda.
Apenas todo o meu corpo sangra e eu não tenho como colocar pra fora.
Apenas meus ossos queimam e eu não posso evitar.
Apenas mais uma simples pedra lançada que não pode voltar.
Apenas mais uma mentira obscena que não pode faltar.
Apenas mais um que sai de cena sem ser notado.
Apenas mais um abismo cavado para se atirar.
Apenas mais uma ausência para se faltar.
Apenas mais uma oportunidade perdida para se tentar.
Apenas mais um rosto para se esquecer de lembrar.
Apenas mais um corpo para se conter e usar.
Apenas mais tristeza para se querer levar.
Apenas mais um doce da vida para se amargar.
Apenas mais um medo qualquer que se pode assustar.
Apenas a solidão para se compartilhar.
Apenas a paz em mim a guerrear.
Apenas mais uma dor impossível de se compartilhar.
Que dói e dói, e dói a bater no peito,
Que grita a sangrar por dentro,
Que cega a ver a verdade.
É apenas mais uma dor que o corpo absorve do sentimento,
É apenas mais um tormento que fere e que a vida digere lentamente
Sempre da mesma forma diferente de sempre,
Por mentiras e mentiras que eu mesmo tornei verdade.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Minhas palavras


Minha palavras sangram por toda a minha pele, um novo motivo.
Minhas palavras queimam por todo o meu corpo, velhas dores.
Minhas palavras evaporam por minha respiração, antigos momentos.
Minhas palavras adormecem todos os meus sentidos.
Minhas palavras ardem por todas as linhas, outras doenças.
Minhas palavras gritam pelos cantos, novas causas.
Minhas palavras silenciam estrondos inquietantes.
Minhas palavras apodrecem por escombros que já me conterão.
Minhas palavras dão vida a demônios que já viveram em mim.
Minhas palavras conquistam outros mundos que já dominei.
Minhas palavras desmentem velhas verdades por novas mentiras.
Minhas palavras recriam novas mentiras por velhas verdades.
Minhas palavras escondem a tristeza nos mesmos sorrisos.
Minhas palavras escorrem como luz em meio a escuridão.
Minhas palavras percorrem minhas veias com o mesmo veneno.
Minhas palavras trazem nos erros um novo antídoto.
Minhas palavras encontram na morte um novo espírito.
Minhas palavras constroem pontes sob um novo caminho.
Minhas palavras esclarecem dúvidas por uma nova razão.
Minhas palavras geram conseqüências contra velhas opiniões.
Minhas palavras destroem muros por novos ideais.
Minhas palavras invadem mentes por outros propósitos.
Minhas palavras quebram conceitos sob os mesmos paradigmas.
Minhas palavras curam as mesmas doenças que me destruíram.
Minhas palavras consomem a mesma carne que me alimenta.
Minhas palavras se afogam no mesmo fogo que me queima,
Pois o mesmo mal que me condena é o que me liberta.
O mesmo fogo que me arde é o que me esquenta,
A água que me afoga é a mesma que me banha,
O muito que me falta é o pouco que me transborda.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Um novo despertar (The Beaver)


As vezes chegamos num ponto de nossa vida, 
que é quase como um ponto final, no qual, 
para continuar devemos recomeçar do zero e abrir mão de nós mesmos. 
Nós começamos a nos ver dentro de uma caixa na qual estamos presos 
e sem importar de como tentemos escapar, terapias, remédios, drogas, 
suporte técnico, nós afundamos cada vez mais. 
E a melhor maneira de sair da caixa é se desfazer dela de uma vez, 
é descobrir quem a construiu para perturbar o nosso espírito. 
Para muitos, renegar a si mesmo, 
abrir mão das futilidades que te cercam, 
mudar radicalmente e escancaradamente é uma loucura. 
Começar de novo não é uma loucura. 
Loucura é sentir-se miserável e andar pelas ruas meio adormecido. 
Dia a pós dia. Loucura é aceitar que se é feliz 
e que as coisas como são agora tem que continuar pelo resto de sua vida. 
Toda a alegria, esperança, paixão e entusiasmo que a vida tirou de você 
pode voltar e voce pode imprimir uma nova senha para o final da fila. 
É certo que na vida nem sempre as coisas estarão numa boa, 
que nem toda história tem um final feliz, 
que nem todo sorriso é verdadeiro, 
que nem tudo que simplesmente existe vive.
Mas se nós estamos vivo nesse momento é porque Deus permitiu 
e nos concedeu essa dádiva. 
E pela manha quando acordamos ele olhou para nós e disse: 
estou te dando mais uma chance para recomeçar e fazer tudo novo. 
E desistindo de nossa vida não é a melhor  maneira de agradeçer.